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sexta-feira, 6 de novembro de 2009

"...ficando ele só; e lutava com ele um homem, até o romper do dia. (Gênesis, 32:24)"




O texto diz que naquele instante Jacó estava só. Durante toda a sua vida, usara as pessoas, forjara planos, fizera negociatas, tudo para se safar de seus problemas. Usou Esaú, sua mãe, seu pai, seu tio; e por último, não restando mais ninguém, usou sua própria família como escudo humano diante de seu irmão que estava a caminho para um ajuste de contas.

Essa foi a tônica da vida de Jacó. Sempre tinha alguém ou alguma coisa em que se agarrar. Mas naquele momento de maior crise de sua vida, estava só. Pela primeira vez em toda a sua vida não havia ninguém e nada em que se agarrar. Acabaram-se os refúgios humanos, os planos falharam, as muletas caíram. Pela primeira vez, era somente ele e Deus.

Santa e bem-vinda solidão. Quando a realidade daquilo em que temos depositado a nossa confiança é desmascarada ante os nossos olhos. Santa e providente solidão, que nos faz ver que não adianta ter amigos, família, dinheiro, bons planos, quando estamos diante da suprema crise de nossa vida, porque estas coisas pouco ou nada podem fazer por nós nesse momento.

Santa e gloriosa solidão - quando as muletas humanas caem diante dos nossos olhos e nós nos dispomos trocá-las pelo Único que nos faz andar pelo meio da fornalha da provação - Jesus. Bendita solidão essa de Jacó, que fez o sol da salvação nascer para ele, livrando sua vida da condenação eterna.

Desejável solidão - onde ele, longe do mundo, longe do eu, longe de todos os seus subterfúgios e projetos humanos pôde encontrar-se com Deus e transformar sua vida.

Nós, seres cuja natureza é sempre apegada à segurança proporcionada pelos recursos materiais e humanos, precisamos passar por essa santa solidão de Jacó para entendermos que dinheiro, amigos, família, esperteza, planos, não servem de amparo para a vida se não tivermos ao nosso lado aqu‘Ele que dá sentido e significado à nossa existência.

Que Deus nos abençoe.